Spartium junceum L.
Nomes Comuns: Giesta, Retama
Familia: Fabaceae
Origem: Península Ibérica, ilhas Canárias.
Descrição e Fenologia da Espécie
Arbusto muito ramificado com até 3m de altura. Os ramos são
largos, sem espinhos, e um pouco curvados, estriados. As folhas são
simples e alternas ou opostas e com estípula. Inflorescência
em racemo terminal, grande e aromática. As flores amarelas são
hermafroditas, zigomorfas e pentâmeras, de cálice membranoso
e unilabiado; a corola é papilionácea com estandarte arredondado
e apiculado, com alas curvadas e quilha finalizada em uma ponta curva;
androceu com 10 estames monodelfos; gineceu com pistilo arqueado. O fruto
é em forma de legume, ereto, comprimido, com até 10 sementes.
A floração acontece principalmente entre os meses de abril
e julho.Possui dois alcalóides, esparteína e citisina, que
são potentes venenos encontrados em toda a planta e em maior concentração
nas sementes.
Ecologia da Espécie
Prefere ambientes abertos, ensolarados, e solos calcários. As plantas
se reproduzem por sementes após dois ou três anos de crescimento.
As flores são polinizadas por abelhas na primavera, com maturação
de sementes no verão. Uma planta pode facilmente produzir 7 a 10
mil sementes por estação. Estas caem próximas à
planta-mãe e são dispersadas por chuvas, erosão e,
possivelmente, por formigas. A viabilidade das sementes é de pelo
menos 5 anos, o que permite a formação de um banco de sementes
significativo. A reprodução vegetativa é também
viável do final do inverno ao final da primavera. Os brotos têm
crescimento rápido e produzem folhas com internodos longos. Os
brotos endurecem ao final da primavera e as folhas podem cair, mas ocorre
fotossíntese pelos caules ao longo de todo o ano.
Usos da Espécie
O principal uso da espécie é ornamental.As flores são
utilizadas para tintura na cor amarela. Dos caules se faz aproveitamento
de fibras, de onde o nome em inglês (broom = vassoura).
Ambientes Preferenciais Para Invasão
Costuma germinar facilmente em solos expostos e pobres, em locais de muita
insolação. É fácil encontrá-la ao longo
de rodovias, onde são comumente plantadas com fins ornamentais.
Ocorrências Conhecidas
Há registros de invasão na África do Sul, nos Estados
Unidos, em diversas localidades na Califórnia, e no México.
Usada para ornamentação ao longo da Avenida das Torres entre
Curitiba e São José dos Pinhais – PR.
Impactos
Ocupa áreas degradadas com mais velocidade que a vegetação
nativa, criando densos aglomerados. Invade áreas de campo sufocando
as plantas nativas. Por ser uma planta oleaginosa, aumenta a suscetibilidade
do meio a fogo e produz chamas em temperaturas mais elevadas, eliminando
o banco de sementes de outras plantas e a matéria orgânica
do solo.Produz, ainda, dois alcalóides extremamente venenosos aos
animais e seres humanos que podem causar vômito, irritação
na mucosa bucal e tonturas até convulsões e coma. Por essa
razão não se recomenda seu uso como planta ornamental.
Manejo e Controle
Controle mecânico:
Arrancar mudas de giesta é uma forma eficaz de controle mecânico
até idades de 1 a 4 anos, quando as plantas ainda são de
pequeno porte. A melhor época precisa ser testada em cada local,
porém em havendo estação seca tende a haver maior
eficiência no controle. Plantas adultas que não podem ser
arrancadas devido ao porte são removidas com serra, ocorrendo então
vigoroso rebrote. Assim, o controle mecânico só tem eficácia
quando as plantas são muito jovens e podem ser arrancadas com o
sistema radicular.Roçadas são utilizadas para controle de
reinfestações do banco de sementes após a remoção
das plantas adultas.Queimas controladas são utilizadas para controle,
porém só tem efetividade se as temperaturas forem muito
elevadas. Queimas de temperatura baixa favorecem o vigoroso rebrote das
plantas. Com queima de alta temperatura é possível matar
os indivíduos em pé e também uma parte do banco de
sementes.
Controle químico:
A giesta é sensível à aplicação de
herbicidas. É muito provável que o uso de glifosato ou triclopir
drasticamente reduzam o tamanho das populações. A utilização
de herbicidas a comunidades vegetais deve ser considerada com muita cautela,
especialmente quando se utilizam métodos de aplicação
foliar.Um método bastante efetivo é o corte das plantas
seguido de aplicação de glifosato a 3% sobre os tocos. Isto
leva à remoção da parte aérea da planta e
permite a entrada de luz para o desenvolvimento de outras espécies,
prevenindo o rebrote. Se houver um banco de sementes estabelecido, porém,
esse método de controle será efetivo apenas seguido de controle
periódico para remoção de plântulas novas durante
vários anos, seja por controle mecânico ou químico.
Toda ação de controle químico
requer uso de equipamento adequado e material de segurança, como
luvas e máscara. Seguir sempre as instruções do
fabricante e proceder à devolução da embalagem.
Referências
ARC-PPRI Biosystematic Divisions Mite Research(Acari) - Mites as control
agents of weeds(Article) – http://www.arc.agric.za/v-arcroot/institutes/ppri/main/divisions/biosysdiv/mites/weedsarticle.htm
- Acessado em 11/08/2003.
Spartium junceum L. (PIM 502)
http://www.inchem.org/documents/pims/plant/spartium.htm#PartTitle:1.%20NAME
- Acessado em 12/08/2003.
|