Prosopis alpataco Phil. (syn. Prosopis juliflora (Sw.) DC.)
Nomes Comuns: Algaroba
Familia: Mimosaceae
Origem: México
Descrição e Fenologia da Espécie
Arbusto ou árvore com até 15 m de altura e tronco com até
1 m de diâmetro, curto. Espinhosa, com espinhos de 1 a 5 cm de comprimento,
retos, aos pares ou simples, axilares, às vezes ausentes. Sistema
radicular muito profundo. Folhas bipinadas, alternas, com pecíolo
comum de 3 a 6 cm, 2 a 3 pares de pinas com 7 a 15 cm de comprimento,
tendo 8 a 15 pares de folíolos, lineares alongados, glabros, com
1,5 a 5 cm de comprimento e 3 a 6 mm de largura, paripinadas. Flores agrupadas
em espigas densas, cilíndricas, axilares, com 5 a 10 cm de comprimento
e 1,5 cm de largura, solitárias ou em grupos. Flores pequenas,
comprimidas, perfumadas, amarelo-douradas. Fruto tipo vagem, amarela quando
madura, com 10 a 20 cm de comprimento e com 10 a 20 sementes duras. Mesocarpo
pegajoso e doce. Sementes oblongas, com 5 mm de comprimento, comprimidas,
castanhas.
Ecologia da Espécie
Polinização feita por insetos. Produz sementes entre os
meses de abril a maio. A germinação é rápida
e fácil. Um quilo tem de 8.000 a 15.000 sementes. A dispersão
de sementes é feita principalmente pelo gado: os grãos amolecem
ao passar pelo sistema digestivo e são fertilizados pelos excrementos.Apresenta
crescimento rápido, mas precisa de água durante a primeira
estação seca, se houver. Prefere ambientes de precipitação
anual entre 150 e 700 mm e altitudes entre 0 e 1.500 m s.n.m.. Tolera
salinidade e solos pouco férteis, crescendo em solos arenosos e
pedregosos, porém não tolera má drenagem. Suporta
altas temperaturas. Tem elevada capacidade de brotamento e lança
ladrões pelas raízes.
Ambientes Preferenciais Para Invasão
Locais de clima semi-árido em que as condições hidrológicas
são favoráveis, especialmente ao longo de cursos d’água.
Ocorrências Conhecidas
No Havaí, Prosopis pallida; Caribe; no Brasil, o bioma da Caatinga,
no nordeste.
Impactos
A agressividade da espécie depende das condições
edafoclimáticas em que vegeta e do manejo aplicado. Prosopis juliflora
forma densos e impenetráveis bosques que gradativamente substituem
a paisagem original e competem com espécies da flora nativa. Também
pode realizar polinização cruzada com outras espécies
do gênero, desenvolvendo novos híbridos que podem se tornar
mais resistentes.
Manejo e Controle
Controle mecânico:
O controle mecânico utilizando máquinas agrícolas
para arrancar as plantas têm sido empregado para reduzir as invasões
de algaroba na Austrália, com boa eficiência. Porém,
é essencial que haja monitoramento, pois ocorre reinfestação
a partir do banco de sementes e um pouco de rebrotamento. Nesses casos,
as plântulas podem ser arrancadas manualmente, dispensando o uso
de controle químico.
Controle químico:
A algaroba é sensível a triclopyr. Experiências de
sucesso foram realizadas com tratamento de aplicação basal
sobre a casca utilizando triclopyr ester a 5% do produto diluído
em óleo diesel (Chris Zimmer, HAVO). Em caso de plantas rebrotadas
fazer a aplicação numa faixa de 30 cm de altura a partir
da base das plantas, em toda a circunferência e em todos os troncos.
Plantas maiores devem receber aplicação até 1 metro
de altura, também em toda a circunferência. Realizar aspersão
durante o período de maior atividade biológica das plantas,
em geral o período úmido.Plantas pequenas (até 1,5
m) podem ser eliminadas por aspersão foliar de triclopyr ester
a 15% em óleo, porém o tempo para que morressem foi de um
ano. Tebuthiuron também é efetivo (Motooka et al., 2002).
Em caso de corte das plantas, aplicar a mistura de herbicida com pincel
num tempo máximo de 15 segundos após o corte. Esse tratamento
pode ser feito em qualquer época do ano.
Toda ação de controle químico
requer uso de equipamento adequado e material de segurança, como
luvas e máscara. Seguir sempre as instruções do
fabricante e proceder à devolução da embalagem.
Referências
OISC Target Species – Acessado em 24/07/2003 http://www.hear.org/oisc/oisc_target_species.htm#prosopis_juliflora
Hawaiian Ecosystems at Risk http://www.hear.org/pier/prosp.htm
LAND PROTECTION. Mesquite – Prosopis spp. NRM
Facts - Pest Series. Queensland, Austrália: The State of Queensland
Department of Natural Resources and Mines, PP37, June 2001. 4 p.
MOTOOKA, P., L. CASTRO, D. NELSON, G. NAGAI AND L. CHING
. 2002. Weeds of pastures and natural areas of Hawaii and their management.
In press.
Programa Working for Water, África do Sul. http://www-dwaf.pwv.gov.za/wfw/Prosopis_juliflora – Acessado em 28/07/2003 http://www.gvmelle.com/bomen/pros.htm
MARQUES, F. J.; LIMA, P. C. F.; ANDRADE, L. A.; KIILL,
L. H. P.; Estrutura da vegetação de uma área invadida
por algaroba Prosopis juliflora (SW) DC. no município de Taperoá-PB.
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